sábado, 26 de junho de 2010

Jornalista, procura-se

Por Washington Araújo em 15/6/2010

Procura-se jornalista que devote suas energias à busca da verdade e não dos holofotes, que saiba distinguir a diferença entre o personagem que é noticia e aquele que transmite a notícia, que seja tão arejado a ponto de compreender que a luz é boa não importa em que lâmpada brilhe.

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Procura-se jornalista que saiba distinguir entre liberdade de expressão, de impressão, de pressão; que veja sua atividade não como o Quarto Poder, mas sim como um serviço essencial à vida organizada da sociedade, como um espelho do mundo dotado de visão e fala.


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Procura-se jornalista que seja generoso no uso dos substantivos e parcimonioso no uso dos adjetivos, que em caso de dúvida não ultrapasse o sinal vermelho da ética e do bom senso e que concorde que a ética do jornalista é a mesma do marceneiro.

Procura-se jornalista que se sinta indignado e denuncie a quem de direito qualquer empresário ou político, artista ou profissional liberal que lhe acene ou lhe ofereça qualquer vantagem financeira em troca da publicação de notícia favorável aos seus negócios, à sua carreira ou à sua área de atuação político-partidária.


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Procura-se jornalista que apenas numa vista d´olhos saiba diferenciar entre um escândalo real de corrupção e um escândalo pré-fabricado de corrupção, que não empreste seu nome a reportagens tão arredias à verdade dos fatos como os morcegos são à claridade do dia.


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Procura-se jornalista que entenda, de uma vez por todas, que a pior tragédia na vida de um ser humano é aquilo que morre dentro dele enquanto ele ainda está vivo.

Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=594IMQ002

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