quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A Geni da vez

Opinião

Todo mundo está baixando o cacete no Lula porque ele defendeu o Sarney. Até aí eu concordo, mas...

Quem elegeu Sarney como presidente do senado há poucos meses?

Resposta: PSDB, FHC, José Serra e DEMos. (vide reportagem da Folha de São Paulo abaixo)

O Sarney era honestíssimo e pra lá de virtuoso, praticamente um santo, quando fingiu apoiar José Serra em sua inútil campanha à presidência da república. Depois que mudou de lado, Sarney fumou unzinho, desbundou-se e resolveu iniciar uma vida desregrada e imoral.

Me engana que eu gosto.

Notícia

Extraído de: Folha Online -  22 de Janeiro de 2009

CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo

Interessados na adesão do PMDB à candidatura de José Serra ao Palácio do Planalto, o alto tucanato e o comando do DEM se mobilizam para fechar o apoio dos dois partidos à eleição de José Sarney (PMDB AP) para a presidência do Senado.

Ontem mesmo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso telefonou para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), defendendo a formalização de apoio ao peemedebista. “Vamos todos votar num
candidato só″, disse Guerra, após reunião com o governador de Minas, Aécio Neves, defensor da eleição de Sarney.

Além da atuação de FHC, o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen (SC) visitou o senador Demóstenes Torres (GO), que se recupera de uma cirurgia em São Paulo, para consultá-lo sobre os rumores de que
votaria no petista Tião Viana (AC). “Demóstenes está fechado com o DEM, que já manifestou apoio a Sarney”, assegurou Bornhausen.

No PSDB e no DEM, a avaliação é que a disputa no Senado atrai o PMDB para a candidatura Serra. Hoje, os Sarney representam um dos principais focos de resistência à aliança com o governador paulista, a
quem atribuem as investigações da Polícia Federal que enterraram a candidatura de Roseana Sarney à Presidência em 2002. Na operação da PF, R$ 1,3 milhão em dinheiro foi apreendido na Lunus, empresa de Roseana.

Segundo Guerra, Serra disse que não pretende interferir na eleição no Senado. Mas, segundo tucanos, a omissão é tida como um gesto pró-Sarney. Já Aécio “manifestou simpatia” à candidatura do senador.

Segundo apoiadores de Sarney, ele está decepcionado com o presidente Lula, de quem esperava um apoio vigoroso. “Depois de tudo que Sarney fez por ele, eu acho que Lula deveria apoiá-lo”, disse o ex-governador Orestes Quércia (PMDB).

Na oposição, a intenção é explorar esse desgaste. Ontem, FHC recebeu de Guerra a informação de que a resistência a Sarney estaria localizada, sendo especialmente do senador Tasso Jereissati (CE).

Hoje, Guerra se reúne com o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), para convocar uma reunião de bancada. Dela, deverá sair o apoio a Sarney.

“Quem lidera a articulação é o nosso líder. Mas reconheço que hoje há dificuldade de apoio ao PT”, disse Guerra.

No momento, Sarney conta com o apoio oficial do PMDB, do DEM e do PP, o que oficialmente lhe renderia 34 dos 41 votos necessários para a vitória.

Além do seu próprio partido, estão ao lado de Viana, PSB, PC do B, PRB, PR e PSOL. Ontem, ele ganhou o apoio do PDT. Somados esses partidos, ele estaria hoje com 26 votos. O PDT também anunciou ontem
que na Câmara apoiará o candidato Michel Temer (PMDB-SP).

Petistas afirmam que o acordo entre PMDB e PT para eleger Temer está mantido. “A ação do PT será para honrar o acordo. Mas o voto é secreto”, disse Ideli Salvatti (PT-SC).

Segundo ela, o partido tem “a compreensão” de que o Lula “não tem a menor condição” de intervir na disputa no Senado.

Mas disse: “As informações que nos chegam são as de que [Lula] ficou profundamente contrariado [com o gesto de Sarney]“.

Prévias tucanas

Na conversa de ontem com Guerra, Aécio consultou o senador sobre a conveniência de viajar pelo país. Estimulado, deverá se dedicar à agenda de viagens a partir de abril.

Após o encontro, Guerra disse que o PSDB só não fará prévias para definir seu candidato a presidente caso haja um consenso entre Serra e Aécio.

Colaboraram LETÍCIA SANDER, ADRIANO CEOLIN e MARIA CLARA CABRAL, da Folha de S.Paulo, em Brasília, e BRENO COSTA, da Agência Folha